quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Rachel de Queiroz

 Comemoramos nesta quarta-feira o centenário da grande dama sertaneja das letras, Rachel de Queiroz. Primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras (ABL). Foi também a primeira mulher a receber o prêmio Luís de Camões, instituído pelos governos do Brasil e de Portugal, prêmio concedido a autores que contribuíram para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua portuguesa.  
  Nascida em Fortaleza, Ceará, em 17 de novembro de 1910, Rachel era aparentada, pelo lado materno, com José de Alencar. Passou a infância e adolescência entre cidades e fazendas e sua educação formal foi num  colégio de freiras, de onde saiu com o diploma do curso normal (professora). Em sua casa, porém, lia-se muito e, desde cedo Rachel teve acesso a bons livros. Começa a escrever em 1927, colabora regularmente com o jornal O Ceará. Três anos mais tarde, lançou em edição da autora, seu primeiro romance, O quinze, cuja ação transcorre em 1915, ano de uma grande seca nordestina.   
Esse romance muito bem aceito pela crítica, abrindo portas do mundo literário para a grande dama sertaneja das letras. Foi escritora, tradutora, romancista e jornalista, desempenhou um importante papel na literatura brasileira. Em 1961, foi convidada pelo presidente Jânio Quadros para ser Ministra da Educação, mas recusou, dizendo que desejava permanecer como jornalista , pois era assim que ela gostava de ser chamada.
Infelizmente o mesmo mês de novenbro sai do cenário literário a grande escritora sertaneja, a grande dama literária, deixando uma vasta e rica obra.
Para saber mais - http://www.academia.org.br/

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Fernando Pessoa:Poeta Plural

Fernando Pessoa nasceu em 1888, em Lisboa. O poeta lisboeta é um daqueles poetas que se pode afirmar, sem erro, que viveu e multiplicou intensamente o seu tempo, "Fernando não é uma, mas várias pessoas".

Considerado o maior poeta de Portugal, criou várias teorias estéticas, assinando suas obras com heterônimos. O que mais intriga os leitores e fascina os estudiosos é o fenômeno da multiplicação do poeta em diversos outros escritores, heterônimos, com nome, existência e estilos próprios.
Fernando Pessoa, ele mesmo (ortônimo) e, ao mesmo tempo, diversos outros poetas, como: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Bernardo Soares, Vicente Guedes, C Pacheco, Antônio Mora e Alexandre Search. Para vocês entenderem melhor a heteronímia, gostaria que imaginassem um desinformado jornalista entrevistando o poeta.
- Esses poetas a quem o senhor se refere são a mesma coisa que pseudônimos?
Irritadíssimo ele responde:
- Não, pseudônimo é quando o poeta escreve como ele mesmo, e assina como se fosse outra pessoa, Eu não, quando escrevo como eu mesmo, assino o meu nome. Agora, quando outras pessoas escrevem por meu intermédio, então os poemas recebem as assinaturas delas próprias.

Entre todos os heterônimos os mais estudados e conhecidos por nós são três, além do ortônimo Pessoa, ele mesmo.

Alberto Caeiro da Silva, nascido em 1889 em Lisboa, e nessa cidade faleceu, tuberculoso, em 1915. Caeiro é o mestre dos demais heterônimos. Foge para a natureza, procura viver tão simplesmente como as flores, as fontes, as aves. Não é poeta de questionamentos metafísicos, as crises existenciais não fazem parte de seu estado de espírito. É poeta que procura viver o presente sem grandes, preocupações, o fato de viver já o satisfaz. Para ele não existe necessidades senão aquelas que podem ser captadas pelos sentidos. Nele o real é real; o concreto é o que se pode ver, ouvir,sentir. Sem ater-se ao passado, nem projetar-se no futuro, vive calmamente o presente, próximo das filosofias orientais, principalmente o zen- budismo.

Ricardo Reis nasceu em 28 de Janeiro de 1914, discípulo de Alberto Caeiro, de quem aproveita a lição de paganismo e admira a natural inocência. O poeta representa o lado humanístico de Fernando Pessoa, recuperando os aspectos da Antiguidade Clássica. Poeta lúcido e racional, comedido e correto.

Álvaro de Campos nasceu em 1890, homem cosmopolita e moderno. É o heterônimo que representa a parte mais audaciosa a que Fernando Pessoa se permitiu. Álvares de Campos é engenheiro de profissão, poeta que se sente ansioso pelo progresso de sua terra, e, ao mesmo tempo sente-se tolhido pelos insucessos e marasmo dos portugueses.

Para entender melhor a grandiosidade desse gênio da literatura portuguesa, recomendo uma visita ao Museu da Língua Portuguesa, pois é maravilhoso estar em pessoa na presença de Pessoa...

Este entre todos os poemas este é o meu predileto, pois como Caeiro adoro sentir sensações, pois essas me fazem muito bem.


O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos", 8-3-1914

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Romantismo - principais características

A crise política, social e econômica atravessada pela Europa entre o final do século XVIII e o início do século XIX fez surgir vários referenciais importantes que norteavam a sociedade. A falta de perspectivas e de parâmetros, desencantados com o mundo, impotentes em relação à história, a falência do sonho de uma sociedade baseada na razão, impeliu os românticos a buscar sentimentos individuais, no próprio eu as referências para viver. Desse subjetivismo resultam algumas importantes características, as quais marcam o Romantismo.


A idealização da mulher – existem basicamente dois tipos de figuras femininas no Romantismo: a mulher demônio, que arrasta o homem à perdição, despertando-lhe um desejo isento de amor; e a mulher anjo, dotada de virtudes que se aproxima do divino, é dotada de virtudes tão maravilhosas que fazem dela uma heroína praticamente inatingível.

A idealização do amor – o amor é o tema central do romantismo: a perda do amado, o amor não correspondido ou qualquer outro tipo de impossibilidade amorosa redundam na perda de sentido da própria vida.

A natureza como expressão do eu - o Romantismo está centrado nas emoções e nos estados de alma do artista. Um elemento revelador desses estados é a natureza, a qual revela e reflete o interior do artista, ou das personagens que integram sua obra.
Assim, se o eu está deprimido, tudo ao seu redor está hostil, tempestades aparecem, espinhos ao invés de rosas, a escuridão sobre a luz. Se está alegre, o Sol brilha, borboletas e os pássaros esvoaçam, as flores desabrocham. Muitas vezes, a natureza aparece como cúmplice e única testemunha de seu estado de espírito.

Nacionalismo, historicismo e medievalismo – exaltando os valores e os herois nacionais, os autores ambientaram suas obras no passado histórico, sobretudo no passado medieval.

Pessimismo- o individualismo e o egocentrismo adquirem traços doentios de inadaptação. O spleen (melancolia) do poeta Lord Byron , o tédio de viver, também chamado de “mal de século”, conduz diversas formas de escapismo:
. narrativas de aventuras ambientadas em lugares exóticos ou num passado misterioso;
. o culto da imaginação: o devaneio, o sonho, o delírio; os ambientes noturnos;
. a morte, como última solução para o indívíduo.

Essas são as principais características do Romantismo, as quais nossos escritores românticos empregaram
em  suas obras.Temos um exemplo onde o amor é a salvação para o poeta.

Ainda uma Vez, Adeus

"Louco aflito, a saciar-me
D' agravar minha ferida
Tomo-me tédio da vida,
Passos da morte senti;
Mas quase no passo extremo,
No último arcar da esp'rança,
Tu me vieste à lembrança:
Quis viver mais e vivi"
                          Gonçalves Dias

Que bom que o amor salvou a vida do poeta, mesmo sendo uma lenbrança é o amor a grande máquina que o fez viver.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Romantismo - Victor Hugo

"Metemos o martelo nas teorias, nas poéticas e nos sistemas. Abaixo este velho reboco que mascara a fachada da arte! Não há regras nem modelos além das leis da natureza, que planam sobre toda a arte, e das leis especiais que, para cada composição,derivam das condições próprias de cada assunto".
                                                                                                          Victor Hugo
Com estas palavras de Victor Hugo o caráter revolucionário do Romantismo é revelado. O convite feito pelo grande escritor romântico francês para "meter o martelo" e quebrar todas as teorias e sistemas foi aceito. Os novos poetas manifestaram-se de acordo com as propostas de liberdade de expressão e de criação individual, porque sentiam que ali estava a melhor forma de dizer o sentimento existente em suas almas.
O autor romântico pretendia dar à arte caracteres mais individuais, a realidade serviria apenas como um ponto de partida para o artista exteriorizar suas emoções. Além desses fatores, os novos leitores provenientes da burguesia pediam textos que atendessem a seus gostos artísticos e o Romantismo veio suprir essa necessidade de forma inovadora e revolucionária.
 
O homem pensa.

A mulher sonha.

Pensar é ter cérebro.
Sonhar é ter na fronte uma auréola.

O homem é um oceano.
A mulher é um lago.

O oceano tem a pérola que embeleza.
O lago tem a poesia que deslumbra.

O homem é a águia que voa.
A mulher, o rouxinol que canta.

Voar é dominar o espaço.
Cantar é conquistar a alma.

O homem tem um farol: a consciência.
A mulher tem uma estrela: a esperança.

O farol guia.
A esperança salva.

Enfim, o homem está colocado onde termina a terra.
A mulher, onde começa o céu!!!

Victor Hugo

 
Vivendo e aprendendo




Na vida temos muitas surpresas, boas, ruins, inesperadas... Temos que estar preparados para reagir a cada uma delas. Chore, ria, faça careta, pule, dançe, cante, corra, viva. Não tenha medo de Viver e ser feliz!
Existem momentos na vida, que podem parecer bobos, que possam parecer comuns para você no enquanto, mas um dia você pode olhar pra traz e diz: esse foi o dia mais feliz de minha vida. "até agora". Por isso, aprecie cada momento na vida, como se fosse único, e especial, com uma pessoa especial.

Não busque a felicidade muito longe, ela pode estar mais perto do que você imagina! Tente apenas ser feliz, faça o que der vontade, não se importe com o que os outros dizem sobre você, porem, tente não dizer nada sobre os outros. Não faça com o próximo o que não quer para si mesmo.


                                                                                             Victor Hugo
 
"O futuro pertence ainda mais aos corações do que aos espíritos.

Amar é a única coisa que pode ocupar a eternidade.
Ao infinito é necessário o inesgotável."

Extraído do livro “Os Miseráveis"

Victor Hugo

Espero que vocês tenham gostado de conhecer um pouco desse inebriante escritor, inesgotáveis são as surpresas as quais me deparo ao reler algumas de suas obras. Recomendo a vocês que leiam muito, pois só a leitura nos levará de uma só vez a sentir várias emoções sem sai do lugar.

sábado, 28 de agosto de 2010

Lord Byron

A poesia ultrarromântica ou mal -do – século é aquela em que as características românticas se encontram mais exacerbadas, notadamente o pessimismo, a morbidez, a melancolia, o tédio, o escapismo e o excesso de subjetividade. Ela pode também ser chamada de Byroniana graças à influência marcante que Lord Byron exerceu sobre essa geração. O Byronismo foi um fenômeno de moda literária que atingiu várias literaturas da Europa e das Américas na época do Romantismo. No Brasil, a fase byroniana de nosso Romantismo, concentrou-se mais em São Paulo, entre os jovens poetas que cursavam a Academia de Direito, sobre os quais reinava o talentoso Álvares de Azevedo, considerado o expoente máximo do byronismo brasileiro.


George Gordon Byron, com assento na Câmara de Londres, na Inglaterra, obteve uma impressionante reputação em toda a Europa na época que viveu (1788/1824). O poeta romântico com sua figura jovem e bela vivia envolvido em escândalos, seu título de nobreza, sua vida supostamente dissoluta, sua rebeldia, drogas, seus amores (entre esses um casamento infeliz e uma ligação incestuosa), a partida de seu país natal sem regresso, pois fora exilado na romântica Itália, e, finalmente, sua morte, na Grécia, porém toda essa vida conturbada é deixada de lado quando nos deparamos com seus maravilhosos poemas e por sua incontestável qualidade.


Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio  - Tradução de Castro Alves


Não, não te assustes: não fugiu o meu espírito
Vê em mim um crânio, o único que existe
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste.

Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri;
Que renuncie a terra aos ossos meus
Enche! Não podes injuriar-me; tem o verme
Lábios mais repugnantes do que os teus olhos.

Onde outrora brilhou, talvez, minha razão,
Para ajudar os outros brilhe agora eu;
Substituto haverá mais nobre que o vinho
Se o nosso cérebro já se perdeu?

Bebe enquanto puderes; quando tu e os teus
Já tiverdes partido, uma outra gente
Possa te redimir da terra que abraçar-te,
E festeje com o morto e a própria rima tente.

E por que não? Se as frontes geram tal tristeza
Através da existência -curto dia-,
Redimidas dos vermes e da argila
Ao menos possam ter alguma serventia.


As Trevas




Tive um sonho que em tudo não foi sonho!...

O sol brilhante se apagava: e os astros,
Do eterno espaço na penumbra escura,
Sem raios, e sem trilhos, vagueavam.
A terra fria balouçava cega
E tétrica no espaço ermo de lua.
A manhã ia, vinha... e regressava...
Mas não trazia o dia! Os homens pasmos
Esqueciam no horror dessas ruínas
Suas paixões: E as almas conglobadas
Gelavam-se num grito de egoísmo
Que demandava "luz". Junto às fogueiras
Abrigavam-se... e os tronos e os palácios,
Os palácios dos reis, o albergue e a choça
Ardiam por fanais. Tinham nas chamas
As cidades morrido. Em torno às brasas
Dos seus lares os homens se grupavam,
P'ra a vez extrema se fitarem juntos.
Feliz de quem vivia junto às lavas
Dos vulcões sob a tocha alcantilada!

Hórrida esp'rança acalentava o mundo!
As florestas ardiam!... de hora em hora
Caindo se apagavam; creditando,
Lascado o tronco desabava em cinzas.
E tudo... tudo as trevas envolviam.
As frontes ao clarão da luz doente
Tnham do inferno o aspecto... quando às vezes
As faíscas das chamas borrifavam-nas.
Uns, de bruços no chão, tapando os olhos
Choravam. Sobre as mãos cruzadas — outros —
Firmando a barba, desvairados riam.

Outros correndo à toa procuravam
O ardente pasto p'ra funéreas piras.
Inquietos, no esgar do desvario,
Os olhos levantavam p'ra o céu torvo,
Vasto sudário do universo — espectro —
E após em terra se atirando em raivas,
Rangendo os dentes, blásfemos, uivavam!

Lúgubre grito os pássaros selvagens
Soltavam, revoando espavoridos
Num voo tonto co'as inúteis asas!
As feras 'stavam mansas e medrosas!
As víboras rojando s'enroscavam
Pelos membros dos homens, sibilantes,
Mas sem veneno... a fome Ihes matavam!
E a guerra, que um momento s'extinguira,
De novo se fartava. Só com sangue
Comprava-se o alimento, e após à parte
Cada um se sentava taciturno,
P'ra fartar-se nas trevas infinitas!
Já não havia amor!... O mundo inteiro
Era um só pensamento, e o pensamento
Era a morte sem glória e sem detença!
O estertor da fome apascentava-se
Nas entranhas... Ossada ou carne pútrida
Ressupino, insepulto era o cadáver.


Mordiam-se entre si os moribundos:
Mesmo os cães se atiravam sobre os donos,
Todos exceto um só... que defendia
O cadáver do seu, contra os ataques
Dos pássaros, das feras e dos homens,
Até que a fome os extinguisse, ou fossem
Os dentes frouxos saciar algures!
Ele mesmo alimento não buscava...
Mas, gemendo num uivo longo e triste,
Morreu lambendo a mão, que inanimada
Já não podia lhe pagar o afeto.
Faminta a multidão morrera aos poucos.
Escaparam dous homens tão-somente
De uma grande cidade. E se odiavam...
Foi junto dos lições quase apagados
De um altar, sobre o qual se amontoaram
Sacros objetos p'ra um profano uso,
Que encontraram-se os dous... e, as cinzas mornas
Reunindo nas mãos frias de espectros,
De seus sopros exaustos ao bafejo
Uma chama irrisória produziram!...
Do clarão que tremia sobre as cinzas
Olharam-se e morreram dando um grito.
Mesmo da própria hediondez morreram,
Desconhecendo aquele em cuja fronte
Traçara a fome o nome de Duende!
O mundo fez-se um vácuo. A terra esplêndida,
Populosa tornou-se numa massa
Sem estações, sem árvores, sem erva.
Sem verdura, sem homens e sem vida,
Caos de morte, inanimada argila!
Calaram-se o Oceano, o rio, os lagos!
Nada turbava a solidão profunda!
Os navios no mar apodreciam
Sem marujos! os mastros desabando
Dormiam sobre o abismo, sem que ao menos
Uma vaga na queda alevantassem,
Tinham morrido as vagas! e jaziam
As marés no seu túmulo... antes dela
A lua que as guiava era já morta!
No estagnado céu murchara o vento;
Esvaíram-se as nuvens. E nas trevas
Era só trevas o universo inteiro.


Espero que gostem dos poemas, pois tudo não passa de um sonho... 

sábado, 21 de agosto de 2010

Augusto dos Anjos

 Augusto dos Anjos, poeta paraibano, marcou para sempre a literatura brasileira. Trata-se de um autor com uma fixação mórbida pela condição humana, especialmente no que ela tem de finita, de precível.Sua fixação pela morte não é o destino da alma, a pertuação na eternidade, mas a crueza física e medonha da morte. O decompor-se, o verme, os ossos secos, o riso último de quem se foi.
  Particularmente gosto muito da poesia de Augusto dos Anjos, talvez pela presença do novo, pela mistura de biologia, filosofia hindu e cientificismo misturado de repugnância pela condição humana e temperado pelo pessimismo de Schoppenhauer - filósofo alemão. Vale a pena ler com atenção o poema que segue para que vocês possam conhecer o poeta que ousou escrever o que para muitos era estranho, porém original e inteligente.

                                                    Versos Íntimos

Vês?! Ninguém assistiu ao fomidável!
Enterro de sua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera-
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homemm, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Nessecidade de também ser fera      ( determinismo)

Toma um  fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

 Nesse poema o poeta encontra-se descrente em tudo.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Novelas de Cavalaria

As novelas de cavalaria têm com tema as aventuras de cavaleiros medievais. O cavaleiro medieval é fiel, dedicado e disposto a qualquer sacrifício; tem de enfrentar perigos e provas que servem para reiterar-lhe o valor e o merecimento pessoal, e torná-lo digno de obter êxito em seu empreendimento.
Essas novelas produziram personagens famozas, encantaram o mundo literário, tem sido estrutura reiterada em vários tipos de narrativas; até mesmo no cinema e nos seriados de televisão.

Texto:Daniela Amorim
Slides:Ingrid Rodrigues
Imagens:Ana Carolina Marchi
Apresentação:Giovanne Tavares